segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Se misturam.

"Tristeza e alegria não são como água e óleo. Se misturam".

Foi essa a fala que mais me chamou a atenção ao ver O ensaio sobre a cegueira, filme baseado no livro homônimo de José Saramago. 

E concordo com ele. 
A vida é esse caldeirão de sentimentos e sensações que não dá pra separar.
Retorno, assim, ao ponto do equilíbrio ou à sua busca.

Às vezes é difícil conviver com tudo isso.
Às vezes é difícil, mas sendo preciso, é também precioso.
Ainda que seja imprevisível.





domingo, 2 de novembro de 2008

É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe.

Se um dia ele fosse se matar, escolheria o domingo. Acho que é por que é o dia que ele mais pensa na vida e no que veio e vem com ela. Exceto quando está de ressaca e dorme todo o dia, o domingo é o dia da reflexão. 

O tempo e as mudanças que vem com a sua passagem, sempre foi um assunto que lhe deixou com a pulga atrás da orelha. Hoje, procurarando uma imagem da casa do  avô, foi obrigado a revirar o baú das fotos digitais e descobriu que estava ficando velho e chato. 
Tá vendo esse sorriso estampado em tanta imagem? 

Descobriu que isso não era mais uma constante em seu cotidiano e uma música de Vinicius * que ele vivia cantarolando, se tornou mais relacionada a essas memórias que ao seu dia-a-dia. Antes, tudo o que ele tinha era bem menos. Sonhava em viajar para o exterior, mochilar na Europa, falar várias línguas, ter um lugar para viver e encontrar com quem conversar, dividir e aprender. 
O sonhador era bem mais feliz.
E quanta coisa ele conquistou.
Hoje,  ao se deparar com essas lembranças se sentiu engolido pelo mundo que exige metas, prazos, pagamentos e hipocrisias. 

Já teve uma crise de choro assistindo "Em busca da terra do nunca" ao descobrir que estava sufocando a criança que existe dentro dele e, ouviu um pedido de ajuda outra vez, o que o fez passar a acreditar que voltou a maltratar esse pequenino tão importante em sua vida.
Não que ele tenha parado de sonhar, mas parece que passou a amargar. E a criança foi obrigada a ter isso no cardápio. Nada de travessuras nem gostosuras. 

Concluiu que em tão pouco tempo muita coisa aconteceu e muito mudou. 
Já se perdeu na realidade sem sonhos. Já teve que reconstruí-los buscando aquele que é e o caminho que quer seguir.
Já sentou e chorou sem saber o que fazer e já levantou e sorriu ao ouvir uma mensagem especial,  que lhe dizia que tudo pode ser alcançado, o que o fez chorar depois, outra vez.
Já ouviu as pedras lhe dizerem que a vida é feita de decisões e que, o que mais importa é o equilíbrio. Tropeçou, recomeçou, pisou outra vez, e nesse mesmo dia, seguiu em frente para ver um pôr-do-sol onde, como e quando nunca imaginou.

Esse meninão relembrou que cada dia é possível recomeçar e concluiu que o futuro há de ser gentil com aquele que é atencioso com o presente e cordial com o passado.

Faça a sua parte e e eu estarei sempre ao seu lado - disse o garotinho.
E muitos domingos virão por aí, nessa vida que é dura mas precisa ser doce. 

;)

* "É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe."
Vinicius de Moraes.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mensagem pra você.

Eu sei que vai acreditar...hj eu estava trabalhando e lembrei de vc. Pensei com os meus botões... "por onde será que anda que eu nunca mais ví (virtualmente, claro!) nem ouví, (quero dizer lí )".

Foi o pensamento forte. Isso acontece!

Mas estou bem, passei por uma fase 15 dias antes-15 dias depois do aniversário, pensei, pensei, pensei, rezei, voltei a praticar minha fé na missa dominical (algo q já fazia mais de dois meses que não fazia), recebí mensagens do além, rezei, rezei, tô rezando e acreditando que "a Esperança não decepciona" e que "a fé rí das impossibilidades". Recentemente comecei a ler um livro de um filósofo chamado Sêneca: "Sobre a brevidade da vida" e tomei um banho de chuva no show de Seu Jorge, sábado passado...O livro não terminei, por mais interessante que é. (leia post anterior).
Voltei a ler "Sem tempo pra nada", outro que ganhei de presente ano passado e, sem tempo, abandonei...na verdade é chato mesmo....essa é a verdade. Mas, resolví tirar o pó debaixo do tapete e acabar com algumas pendëncias, dentre as quais já figura o primeiro livro do qual falei.
Mandei consertar minha impressora, revelei fotos, mudei as imagens no mural do escritório, comecei um curso de conversação de inglês aos sábados, aprendí a fazer Oat meal cookies e me viciei na versão original de "Diga sim pra mim", que por sinal eu nunca tinha ouvido a não ser na voz do cantor de forró, no paradão da 96 fm, durante os dias que passei ouvindo rádio no carro, graças a preguiça de carregar o ipod.
Voltei pro francês. Já faltei um dia e faltarei amanhã outra vez pois tenho que viajar.

Quanto aos outros horizontes, estão distantes.
Mas estão seguros.
Como esse fio que nos une.
Que por mais incrível que pareça, existe.

Ah, criei esse blog também. Mas não é uma boa. O livro chato manda que eu me afaste de coisas que tirem a minha atenção e me desconcentrem.
bj pra vc.

terça-feira, 29 de julho de 2008

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sobre a brevidade da vida


Meu irmão, de tanto me ouvir dizer que não tenho tempo, me presenteou com um livro do filósofo romano Sêneca, escrito no início da era cristã .

Não deu para argumentar, que ele não sabia o que era ser um arquiteto nesse mundo de Meu Deus e tendo recebido a alcunha de "senhor ocupado", resolvi encarar esse desafio de ler esse pequeno tratado da filosofia estóica e ver como mudar ou melhorar essa situação e imagem.

Me chamou a atenção de imediato o título da obra: Sobre a brevidade da vida e, de cara também, recebí umas bofetadas que me bateram com a força de conselhos (presentes em meio a afirmações e questionamentos) que já possuem quase dois mil anos.

Ainda não conluí o livro (não tive tempo...) mas já pensei em compartilhar alguns trechos com vocês, envolvendo todos nesse conflito, que pode fazer essa semana começar diferente e também o segundo semestre que já se anuncia.

Um grande abraço a todos! Boa leitura!



"Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles prórprios conduzem seus invasores a isso. Não se encontra ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muitos! São econômicos na preservação do seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justificaria a avareza.Agradar-me-ia questionar qualquer um dentre os mais velhos: " Vemos que já atingiste o fim da vida, tens cem ou mais anos. Vamos, faz o cálculo da tua existência. Conta quanto deste tempo foi tirado por um credor, uma amante, pelo poder, por um cliente. Quanto tempo você perdeu nas brigas com sua mulher, na correção dos escravos, nos seus trabalhos de idas e vindas pela cidade. Acrescente a esta perda de tempo as doenças causadas por nossas próprias mãos e também todo o tempo desperdiçado.Verás que tem menos anos do que contas.Lembre-se quantas vezes você persistiu em um projeto; quantos dias tiveram o emprego que você destinava a eles; quais foram as vantagens que você teve de você mesmo; quando seu rosto esteve calmo e seu coração intrépido; quais foram os trabalhos ùteis que preencheram uma sequência tão longa de anos; quantos homens saquearam sua vida, sem que você sentisse o preço do que você perdia; quanto tempo te roubaram as màgoas sem objetos, as alegrias insensatas, a áspera ganância, os charmes da conversação: veja então o pouco tempo que ficou do tempo que te pertencia, e você reconhecerá que sua morte é prematura.Qual é então a causa? Mortais, vocês vivem como se vocês devessem sempre viver. Vocês nunca se lembram da fragilidade de vossa existência; vocês não observam a quantidade de tempo que já passou; e vocês o perdem como se ele jorrasse de uma fonte inesgotável, enquanto que este dia, que vocês dão a terceiros ou a alguma ocupação, talvez seja o último de vossos dias. Vossos temores são de mortais; e vendo vossos desejos nòs dirìamos que vocês são imortais.A maioria dos homens dizem: aos cinquenta anos, eu irei me aposentar; aos sessenta anos, eu renunciarei aos empregos. E quem vos garantiu uma vida mais longa? Quem vai permitir que tudo aconteça como vocês planejam? Vocês não têm vergonha de só reservar para vocês os restos de vossa vida, e de destinar à cultura de vosso espírito o único tempo que não serve mais para nada? Não seria tarde demais começar a viver quando é preciso sair da vida? "(p. 32)

"Não julgues que alguém viveu muito por causa de suas rugas e cabelos brancos: ele não viveu muito, apenas existiu por muito tempo." (pg. 43).

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sempre é tempo de recomeçar ...ou Procurando sarna.



Já tentei uma vez mas não deu certo. No entanto, venho pensando com frequência em dar uma nova chance, mesmo sabendo de antemão que eu quero mais que isso...assim, não sei até aonde pode ir. Mas vou lá, acabo de recomeçar.